João Kepler: Um dos mais premiados anjo-investidor do país fala exclusivamente para o Jornalismo Colaborativo
Ele pode não ter nascido na Alemanha ou revolucionado a ciência com as leis fundamentais da mecânica celeste, como fez Johannes Kepler, há mais de 400 anos, mas certamente é um gigante no poder da observação e aplicação de investimentos em startups no Brasil.
Estamos falando de João Kepler, brasileiro de Macapá, CEO da Bossanova Investimentos e 4 vezes premiado como o Melhor Anjo-Investidor do país pelo Startup Awards.
Reconhecido como um dos conferencistas mais sintonizados em Inovação e Convergência Digital, JK está conectado com o que há de mais inovador no mundo dos negócios e por isso é conselheiro de várias empresas e entidades. Autor de 8 livros, entre eles o “Smart Money“, “Gestão Ágil“, “Se Vira Moleque” e a sua mais recente obra: “O Poder do Equity”, tornou-se especialista na relação empreendedor-investidor e ainda consegue tempo como pai de empreendedores.
De modo autêntico e absolutamente altruísta, ele desenvolveu “As novas Leis de Kepler para o Sucesso no Investimento Anjo” com três princípios fundamentais: “A Lei da Atração dos Anjos ideais”, “Lei do Ponto de Interesse” e a “Teoria da Assertividade” que são aplicadas em sua contribuição como educador por meio de apresentações de TV, podcasts e redes sociais para empreendedores que acreditam no potencial das startups.
Em uma entrevista para a Rede de Comunicação do Jornalismo Colaborativo, João Kepler esclarece algumas dúvidas sobre os investimentos em startups no Brasil e como os negócios em empreendedorismo digital podem caminhar em meio às turbulências econômicas que o mercado atravessa.
Freio de arrumação com investimentos de sobra
Com uma experiência acumulada de 6 anos e mais de 1.500 startups investidas, JK chama atenção de que “o mercado em geral só fala e escreve sobre crise, retração, inflação, eleição, inverno Crypto, recessão e juros. Tudo isso assusta, ainda mais porque estamos vivendo uma turbulência mundial acirrada também por guerras e pelas tensões macroeconômicas. Mas não acabou o dinheiro e o apetite por essa classe de ativo. Estamos vivendo um momento que eu chamo de importante “freio de arrumação”, de amadurecimento e de responsabilidade no Brasil, em que essa nova fase e novo ciclo vai gerar negócios e Startups bem mais estruturadas em cada estágio, com menos hype. Ou seja, negócios mais focados em propósito, em resolver problemas e gerar caixa.”
Mas afinal, onde está todo esse dinheiro e qual é a boa notícia em meio a tudo isso? Segundo ele, “não existe falta de dinheiro para rodadas de investimento, apesar dos alertas, não existe “crise generalizada” no investimento em Startups no estágio Early Stage no Brasil. Sim, os investimentos continuam acontecendo. Se um empreendedor está se perguntando se vai conseguir captar a rodada de investimento no meio dessa turbulência, a primeira coisa que você deve ter em mente é: para começar essa não é a pergunta correta, a pergunta deveria ser: “o que eu preciso fazer para captar a próxima rodada de investimento? Não adianta arrumar culpados pelo momento ou achar que esse suposto problema vai respingar em todos, acredite, NÃO vai!”
João ainda reforça que “o insucesso de uma captação de investimento diz respeito somente ao seu negócio e a obrigação é toda sua, não adianta se fazer de vítima e ‘culpar o mundo'”. Sempre muito receptivo e acostumado a estudar diversas propostas, João é bastante firme quando precisa dizer para o empreendedor assumir sua responsabilidade e parar de querer “tapar o sol com uma peneira”.
Em seu artigo “Cadê o investimento que estava aqui?“, João deixa claro que para muitos empreendedores, ainda há o que considerar durante uma jornada de captação de investimentos. “Se a Startup recebeu uma rodada anterior e cumpriu o que prometeu ao investidor, alocou corretamente o aporte, executou o roadmap e tudo aconteceu como previsto planejado com os stakeholders, certamente terá apoio e base para uma nova rodada de captação. Mas se não cumpriu o “dever de casa” e não tem justificativas plausíveis pelos resultados não alcançados, dificilmente conseguirá novos aportes de um investidor profissional. E inclusive corre o risco de ficar sem o follow-on do seu investidor atual, o que é um péssimo signaling.”
Isso é um problema comum que ele tem acompanhado ao longo desses anos como investidor. E apesar de ser um bom ouvinte, para o próprio João, não cabe mais aquela promessa de “Vamos corrigir, organizar o time, focar, ajustar o tráfego, marketing, vender mais e etc … vamos voar, Agora vai!”. De acordo com o investidor, hoje em dia está mais difícil de convencer sobre o futuro do projeto porque existe a exigência de ter tido no passado a responsabilidade com o dinheiro que recebeu do investidor.
Oportunidades para novas Startups no Brasil
“O Venture Capital está cada vez mais seletivo e muito atento a tudo isso, como consequência, as captações tendem sim a serem mais longas e criteriosas. Se o Valuation foi precificado errado (no sentido de mais alto) na rodada anterior, vai ser ainda mais difícil captar nesse momento de mercado, ou seja, não vai ser simples emplacar rodadas com “valuations” mais esticados. Pode ter casos de ter que aplicar um Down Round para conseguir uma nova captação. Porém, se o Valuation anterior foi justo, com racional adequado e se a Startup estava no estágio correto, fica orgânico e menos forçado a nova rodada de captação.”, explica.
Perguntamos ainda ao João Kepler se a Bossanova Investimentos acredita que apesar da forte alta de recursos destinados nos últimos anos em Fintechs, ainda há possibilidades de investir em startups com foco em transformação social e como esses empreendedores devem agir para alcançar esse objetivo.
“Precisamos de soluções em todas as áreas da sociedade. E temos desenvolvido uma cultura que apoia e fortalece as diversidades em todos os sentidos. Logo, se uma Startup estiver dentro da nossa tese de investimento e oferecer produtos/serviços voltados ao social, certamente terá grandes chances de receber aporte. Com certeza, o mercado hoje está muito fluído e repleto de oportunidades para negócios em todos os estágios. Meu conselho aqui é para que os empreendedores estudem o ecossistema para encontrar as melhores oportunidades de acordo com suas expectativas e realidade atual. São inúmeros fundos, aceleradoras, investidor anjo, entre outras possibilidades.”
No seu site oficial ( www.joaokepler.com.br ) o empreendedor tem a possibilidade de acessar áreas importantes para esse entendimento. João convida para uma imersão com a “Jornada Anjo Investidor“, além de trazer um conteúdo com análises de Startups, como é o caso do “The Startups Analysis“, “Pitch React” e informações valiosas nos canais do Youtube “O Anjo Explica“, “Primo Startups” e Podscasts do “Primocast” e “Papo com Anjo“. Além disso, JK ainda participa do Reality Show “O Anjo Investidor” e abre um espaço para inscrições de Startups.
Seu filho, Davi Braga, hoje aos 21 anos também tem contribuído com conteúdo de educação que busca inspirar, direcionar e educar jovens empreendedores.
A Jovens Protagonistas prepara tecnicamente na prática os jovens para que consigam aplicar seus esforços em projetos que tragam retorno financeiro e felicidade. Davi é empreendedor desde os 13 anos e em 2018, entrou na lista da Forbes como um dos mais destacados brasileiros abaixo dos 30 anos.
Movido pelo propósito de espalhar a atitude empreendedora e impactar cada vez mais pessoas, Davi decidiu que é necessário falar sobre empreendedorismo para compartilhar conhecimento e inspiração e já se apresentou em 22 estados brasileiros e 3 países diferentes e assim como o pai, apresenta sua visão para os mais variados tipos de públicos e instituições em palestras adequadas para cada tipo de evento.
Em uma de suas palestras onde fala, por exemplo, sobre empreendedorismo e oportunidades, João Kepler e Davi Braga abordam a mudança do mercado e do mundo, sempre buscando enxergar o melhor investimento do momento e de que maneira a mentalidade empreendedora pode ajudar. Entender o que é de fato uma Startup e quais estratégias podem ser aplicadas para reeinventar um negócio é o que fazem esses “Espalhadores de Ideias Digitais” valorizarem o ecossistema brasileiro de inovação no setor.
“O grande diferencial das Startups é justamente a capacidade de escalar e atender centenas, milhares de pessoas. Sempre que empreendedores observam uma dor, eles tentam resolver. Logo, não tenho dúvidas de que muitos negócios surgiram para suprir as necessidades globais. Na Bossa, temos várias startups que entram na categoria de negócio social tais como: Parças, Scooto, Biosolvit, Piraporiando, Aterra, 4Hábitos, Hand Talk.”, conclui.
Fonte: Jornalismo Colaborativo